24.5.10

Padrões - 3

Eu não quero ter alguém pra namorar simplesmente porque todo mundo namora. Eu não quero ter um carrão porque todo mundo quer ter. Eu não preciso de um salário de cinco dígitos só porque todo mundo quer ter esse salário. Eu não tenho de ser o melhor porque o melhor ganha mais. Eu não preciso de muito pra ser feliz. Não é porque o mundo é cão que eu vou sair latindo.

Assim, eu quero, eu preciso me libertar dos velhos padrões do mundo. Mas lá no fundo, lá na Sombra que o Jung falava, ainda é Barrabás e tudo que ele representa que eu quero. Mas já me cansei de andar com Barrabás, Jezabel ou Balaão... Eu quero mais, eu quero o Cristo! Eu quero a Deus! Eu preciso me libertar imediatamente. Não quero mais viver como o homem-velho. Eu quero ser o homem-novo e tudo o que ele representa.

Esse conflito faz com que, ao lado das rosas do trabalho do bem, existam espinhos de tédio que tendem a crescer e me faz perder o ardor inicial. As dificuldades no caminho, o calvário que é Amar, os outros que nem ao menos se sensibilizam com seu trabalho, tudo isso desanima. Mas o tédio que advém da nossa não-libertação é absurdamente doloroso, quando nós já adquirimos a consciência de que precisamos nos libertar, e não permitimos, devido aos atavismos primitivos e padrões que os outros exigem de nós.

A Joanna (de Ângelis) tem um texto que fala um pouco disso, do qual vou extrair um pouco:
     "O processo de evolução do ser tem sido penoso, alongando-se pelos milênios sob o impositivo da fatalidade que o conduzirá à perfeição. Dos automatismos primevos nas fases iniciais da busca da sensibilidade, passou para os instintos básicos até alcançar a íntelígêncía e a razão, que o projetarão em patamar de maior significado , quando a sua comunicação se fará, mente a mente, adentrando -se, a partir dai; pelos campos vibratórios da intuição. 
     Preservando numa fase a herança das anteriores, o mecanismo de fixação das novas conquistas e superação das anteriores, torna-se um desafio que lhe cumpre vencer. Quanto mais largo foi o estágio no patamar anterior, mais fortes permanecem os atavismos e mais dificeis as adaptações aos valiosos recursos que passa a utilizar. 
     Porque o trânsito no instinto animal foi de demorada aprendizagem, na experiência humana ainda predominam aqueles fatores afligentes que a lógica, o pensamento lúcido e a razão se empenham por substituir. 
     Agir, evitando reagir; pensar antes de atuar; reflexionar como passo inicial para qualquer empreendimento; promover a paz, ao invés de investir na violência constituem os passos decisivos para o comportamento saudável. 
     A herança animal, no entanto, que o acostumara a tomar, a impor-se, a predominar, quando mais/arte, se transformou em conflito psicológico, quando no convívio social inteligente as circunstâncias não facultaram esse procedimento primitivo."
Eu acho que ela tem razão...

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