25.2.10

Padrões

Eu estava pensando em coisas pra escrever nesses dias, mas eu não cheguei a conclusões razoáveis.Eu tava querendo continuar a escrever sobre as minhas reflexões pós-COMEERJ, reflexões vindas de lá e reflexões que eu tive nos últimos dias. Não sei se vai rolar.

Ontem eu tava lendo (pela 10ª vez!) um presente da Giane, "O Encantador de serpentes", e percebi certas coisas que me chamaram atenção. O que que tem de tão importante no erro? Olha, se o erro não fosse importante, acredite, ele não existiria. Mas ele existe. E o pior de tudo: nós fugimos dele. Talvez porque estejamos acostumados a ser aprovados e desaprovados mediante padrões. Os padrões do mundo são considerados certos e a fuga dos padrões é o errado.

Ora, quem criou esses padrões? Certamente não fui eu nem tampouco você. Então por quê seguí-los? Por quê temos de abandonar sonhos muitas vezes, por conta dos padrões que não criamos? Estou pensando em muitas coisas, no que é importante pra mim, no que considero essencial pra ser feliz nesse mundo, mas os velhos padrões sempre surgem na figura de um estranho, de um colega de trabalho, de um pai, de uma mãe, que seja. E eles sempre exigem uma postura que às vezes não queremos, somente para que não fujamos dos padrões.

É tão estranho isso tudo.

Fico lembrando da obra de Huxley. Um admirável mundo onde as pessoas não nasciam, eram produzidas, onde estar dentro dos padrões é a condição única da sociedade. Não se aceitava de modo algum que pessoas pudessem seguir suas próprias vidas. Todos eram obrigados e condicionados a trabalhar de acordo com o script previamente traçado.

E pensando na obra do Huxley, chego à conclusão de que o condicionamento de que ele falava não é algo meramente ficcional, que hoje somos condicionados de forma semelhante à do admirável mundo novo. O homem não chora, o homem não erra, a mulher é frágil,  a criança é menos, o velho é inútil, o gordo é feio, o trabalho é ruim, a droga é comum, estamos presos em condicionamentos e mais condicionamentos! Será que esse é o caminho? Será que agindo de acordo com os padrões alcançaremos a tão desejada felicidade? Ou será que a velha escravidão estará presente?

Eu quero sorrir e cantar, quero encantar serpentes e ser encantado pela vida! Eu quero e eu vou!

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