2.3.10

Padrões 2

Resolvendo uma pendenga filosófica com um laticínio amigo meu.

O erro é a coisa mais comum do mundo inteiro. Somos imperfeitos, isso é fato, independende da nossa crença, todos sabemos disso. Mas aí é que tá: se um cego esbarra na gente na rua, compreendemos e até ajudamos o cego, mas se alguém que enxerga esbarra na gente, dizemos: vá lá! Tá me vendo não?!

Numa análise mais profunda e figurada, somos todos cegos que tem o direito de esbarrar nos outros. Errar é característica humana, e por errar é que o homem consegue aprender e evoluir.

Um bolo ruim é pretexto pra se melhorar o bolo. Um trabalho mal feito é pretexto para se melhorar o trabalho. O que nos separa do que somos do que queremos ser é a frustração. Então é sempre assim: aspiração, erro, frustração, progresso. Essa é uma das formas da dor operando renovação. Dói errar, porque dói a frutração. E considerando que a maioria de nós somos orgulhosos, não conseguir uma determinada posição, status, é  algo que machuca bastante.

Mas aí é que entra a questão. Quando se fala de produtos eles tem que seguir padrões. Assim, existem as ISOs. ISO 9000, ISO 14000, etc. Quando um produto não está dentro das normas, ele é descartado. Da mesma maneira como se faz com produtos, foram criados padrões e normas de  comportamento. A pessoa que não segue esses padrões é excluída. Isso existe em qualquer cultura, em qualquer sociedade que já foi vista até hoje.

Assim, se eu não bebo eu sou excluído do grupo de pessoas que bebem. Se eu não guardo rancores, eu sou classificado como um bobo, se eu emudeço quando me atacam, sou classificado como fraco. E por aí vai. Esses padrões nos cercam e o que vemos como erros, na maioria das vezes não passam de coisas que fazemos que estão fora de padrões que não foram estabelecidos por nós!

Quando eu falei dos padrões, não me referi aos avisos divinos da consciência, que nos avisam dos excessos. Esses são os primeiros freios. A voz da consciência, ou voz da razão nos avisa se estamos saindo dos eixos, isto é, se estamos nos excedendo. Se esses avisos não funcionam, aí vêm os freios efetivos, que nos mostram, daí a um tempo, que o caminho que estávamos tomando não nos levam a nada. Os freios efetivos chamam-se dor e morte. Mas quando se fala de excessos, alguns padrões ajudam a não partir para esses excessos.

Por exemplo, vestir-se. Vestir-se é um padrão que teve início no frio da europa. Mas imagina se não nos vestíssemos... A zona que ia ser! Um padrão que nos ajuda a não partir para os excessos. O problema é quando se cria uma ditadura no modo de se vestir! Daí a moda criando anoréticas.

Eu me pergunto até que ponto esses padrões são bons ou ruins.

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